quarta-feira, 15 de abril de 2009

Amanhã faço 24 anos

..dizem os calendários humanos. Se eu fosse um espécime canino, de acordo com este conversor, estaria fazendo 109 anos. Ui!, nada bom. Se bem que a condição de cão tem lá suas vantagens. Estaria mentindo se dissesse que não invejo meu cachorro por toda a atenção que ele recebe da senhora minha mãe. Mais claro impossível: é chegada a vida adulta. Percebi que cheguei nessa fase quando minha mãe passou a gastar mais dinheiro, tempo e palavras com o cão do que comigo. Ou fazendo ouvido de mercador para as novidades de meu looongo dia de faculdade e labuta no mundo exterior ( no “ó cruel e feio mundo exterior!”) enquanto assistia, compenetrada, à novela das oito, ao jornal das dez, à Oprah, ou ao cozinheiro britânico fofinho e gostoso, ops, que cozinha gostoso, etc, etc. A logística de tal evento intimida-me. Nem faço festa.

De resto, fazer anos é bom. A vida vai se simplificando, o ruído vai desaparecendo. Já que nada me confere dignidade, nem um terninho e scarpin ou um BMW vermelho, um cabelo branco, uma árvore plantada, uma voz grave, nem uma coluna num jornal, pois que meus 24 anos imponham algum respeito ao atendente do café que me trata por "diga, jovem, o que vai ser?" todos os dias, enquanto que as outras moças com mais dígitos cronológicos do que eu ( põe bem mais nisso) são mimoseadas com um polido "o que deseja a senhora?". A conferir.