quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Pour l'amour de l'art

Em literatura, quando a narrativa se sofistica a ponto de me surpreender, tenho a sensação de que estou diante de um autor inteligente, que sabe lidar com um elemento básico para a boa ficção. Mas, se o sujeito não se presta ao ofício, sob hipótese alguma deve sair por aí tentando surpreender possíveis leitores. E se a investida partir de um profissional de imprensa, então, torna-se indefensável. Seu texto "surpreendente" servirá, nada mais, do que ao escárnio e à galhofa dentro de uma redação - o que acontece freqüentemente na minha. Hoje, tivemos a piada do dia. E a diversão foi tamanha que, generosa que sou, compartilho-a com vocês. Trata-se de um release sobre uma exposição de arte, no qual o processo de criação do artista é descrito de maneira incomum, ridícula até. Entendam o ridículo aqui como algo que faz rir. Portanto, o trecho que segue é trés ridículo. Um dos repórteres, quando "surpreendido" pela pérola caiu na gargalhada depois de anunciar, com tom de zombaria, sua conclusão.−Ué, gente, ele faz sexo com a tela, só pode!. Leiam, divirtam-se e guardem consigo as conclusões.

Para executar seu trabalho, Rafael coloca as telas em posição horizontal, e se debruça sobre ela, em movimentos repetitivos de vaivém. “Tenho compulsão pelo movimento”, admite, atribuindo o fato ao seu passado “constitutivo e construtivo”.