segunda-feira, 24 de março de 2008

Entrada franca: clique aqui

Tem certos filmes, de certos diretores, que a gente paga até entrada inteira no cinema e ainda tasca uma beijoka na bochecha do lanterninha tamanha a felicidade. Tá, podem parar de fazer que sim com a cabeça, vocês concordam, ok. Mas, e se por uma ironia mal-cheirosa do destino filmes dessa natureza não circulem pelas salas de cinema brazucas? Aí é sentar e chorar. Por exemplo, as obras de Hou Hsiao-Hsien, uma das figuras emblemáticas do novo cinema taiwanês, nunca (never, ever) foram exibidas comercialmente por aqui. Pra alguém que não o conhece, fica tudo como d´antes no reino de Abrantes. Mas imagino como ficaria uma pessoa que tenha o mínimo de sensibilidade artística se soubesse que sobre o tal Who-who-quem escreveu certa vez o crítico de cinema Ruy Gardnier:

“Cada vez que se vê uma das grandes cenas de Hou Hsiao-hsien, tem-se a impressão que seu cinema sempre alarga e ultrapassa a visão tradicional de linguagem cinematográfica(...) O cinema de HHH entretém com o espectador um jogo que só pode fazer sentido após o término de cada filme. (...)Um cinema da inteligência, porque é o espectador que tem que construir a história na sua cabeça. Mas um cinema também da beleza, do gozo do olho, da mestria no uso da câmera, da sedução. Hou entende os mecanismos do cinema: extrai uma beleza profunda (porque exige um feedback do espectador) ao mesmo tempo que oferece ao espectador um banquete visual primoroso. Godard dizia: lutar em duas frentes. Hou pode-se dizer adepto”. (trecho extraído de resenha publicada na revista eletrônica Contracampo)

Agora, a quem interessar possa, a UFRJ realiza nos próximos dias uma mostra com seletas obras do diretor. Totalmente 0800. É só clicar no pouco sugestivo título do post.